segunda-feira, 28 de março de 2011

Trair e Coçar


25 anos?
Acho que nem a Paixão de Cristo sem cobrar entrada consegue ficar tanto tempo em cartaz. Quando ouvi o título, seguido por esse peso dos 25 anos no livro dos recordes, logo pensei: " deve ter sacanagem", mas quebrei a cara, fazia tempo que não assistia a uma peça tão " família " ( confeço que tenho ido muito ao Satyros).  Mas cheguei cedo ao Teatro Bibi Ferreira, particularmente não é um teatro que gosto, é a segunda vez que assisto a uma peça lá, e acho o ambiente de fora fantástico, é maravilhosa a parede com vários quadros com as propagandas antigas de peças que passaram por lá, sem contar no excelente atendimento do café,  mas dentro do teatro mesmo, o ambiente é diferente, parece que estamos entrando numa velha oficina, pouco ar , o ambiente muito abafado e poltronas duras.
Mas...voltando a peça... .. .
Não deve ser muito fácil para um diretor encarar uma obra como essa; o texto brilhante de Marcos Caruso não parece dar muitas lacunas a serem preenchidas, mas ao contrário, parece impor algo a ser vendido de tal forma que exija bem mais do ator, dando ao diretor o poder de cobrar do ator para andar ali, na linha....Diálogos rápidos, e uma luta de argumentos fortes dá realidade a confusão, que cá pra nós ... o "barraco" vai sendo criado a partir das peripércias da empregada que conquista o público com sua simplicidade e bom humor. É curioso de como nos vemos torcendo para o bandido, nesse caso, de univorme e avental, o tradicional jogo de gato e rato se torna engraçado pela realidade proposta: num ambiente comum, numa situação talvez comum, mas aparecem argumentos absurdos, e piadas incidentais que promovem a gargalhada não esperada, o curioso é que as piadas prontas típicas, (que poderiam dar sono), respondem a minha pergunta inicial: 25 anos? As tradicionais perseguições, confusões, mostram de como a comédia não evelhece,  o riso não tem idade, tem maturidade. O humor adulto de "Trair" é pra toda a família, e com o passar do tempo o texto ganha mais vida, confusão e traição.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Mambo Italiano




Mambo?
É eu tentei fazer um esforço para lembrar se ao menos conhecia esse ritmo, mas não consegui lembrar de nenhuma música...aliás, quando li o nome da peça logo pensei que fosse um musical, e por esse motivo não pensei duas vezes e comprei logo meu lugar na primeira fila. Só quando cheguei ao Teatro Nair Bello, no Shopping Frei Caneca que me deparei com uma propaganda na porta do elevador com o Jarbas Homem de Melo ( inesquecível Zorro), e com o Luciano Andrey ( que eu tinha adcionado no facebok naquele mesmo dia), que eu me animei de verdade para saber o que me esperava...Ao retirar o ingresso que havia comprado pela internet, estava lendo o programa quando fui atropelado por um homem correndo, fiquei nervoso e quando olhei para cima percebi que era o Jarbas, confeço que fiquei sem geito ( eu tava preparado pra reclamar), tentei não "tietar", mas ele me abraçou como se tivesse pedindo desculpas eu mal disse "  merda ! " e ancioso esperei os benditos três sinais... .. .

Quando as cortinas se abriram deparei com um cenário muito simples, era como seu estivesse num ensaio, dava para sentir os atores tranquilos, pareciam serenos, a música era um mambo, isso mesmo tocava um mambo alto enquantos os atores bailavam entre os dois universos expressados no palco. Mas algo alí me pertubava, uma mesa de jantar, simples com um forro branco e algumas cadeiras em volta, na minha frente parecia atrapalhar minha visão. Não era um musical como eu pensava, tinha percebido isso ao folear o programa, mas já esperava que fosse uma comédia interessante. Um casal gay no centro da história flutuava e meio a dúvida de assumir ou não sua relação. O texto caminhava de forma tão gostosa que dava gosto ver os encontros dos personagens defendendo suas verdades. Famílias italianas tradicionais tendo que lidar com problemas humanos tão frágeis como um amor impossível, um dualismo complicado, gostoso, que caminhou com gargalhadas gostosas que há tempos estavam presas em mim mesmo, eu nao sorria assim fazia tempo.  Arrepiei, quando a Tânia Bondezan colocou sua cadeira na ponta do palco e conversou com seu falecido marido, como se estivesse num cemitério, e com um texto simples e bem e jocoso conseguiu comover a platéia. Atuações brilhantes, um elenco muito seguro, e bem unido, percebia talvez uma escorregada, mas logo um ajudava o outro a entrar no clima, e eu me apaixonava cada vez mais pelo teatro...

Mas a tal mesa branca que parecia me perturbar, me trouxe um presente, em uma cena forte e que eu assumo não estar preparado para tal ocasião, em meio a uma conturbada discussão o personagem do Luciano Andrey assume ao pai,  Antônio Petrin, sua homossexual. Por um instante eu que já estava na primeira fila, sentia que estava atrapalhando aquele diálogo entre pai e filho, só naquele instante descobri o que é o Teatro Realista, era como se eu estivesse olhando aquela cena pela janela da casa ao lado. Não consegui segurar as lágrimas e me acabei...me emocionei...mas não fui apenas eu, toda a platéia escondia as lágrimas, e torceram para um final feliz, mas ... não foi bem isso que aconteceu. A história de amor não foi perfeita, faltou algo... não teve um " e viveram felizes para sempre". O casal gay, terminaram separados e por esse fato tão perturbador entendi porque chamam isso de Teatro Realista, que vontade de quebrar aquela quarta parede!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Afinidades

Eram vizinhos e amigos há anos. Nos fins de semana, eles iam juntos à sauna e elas corriam as lojas. Em um dia de temporal, voltaram mais cedo para casa. Juntas, na ducha, descobrem a paixão contida. Saindo do banho encontram enlaçados sobre a cama de casal, adormecidos e nus, seus maridos.
(Ângela Schoop)

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ali

Ali,
Tava eu alí,
Diante de dilemas tão ásperos
Relidades reduzida a mentira e afonia
Dor...Medo e Silêncio
Mas eu tava alí.
No momento tentei me desatentar
tentei, era impossivel não fascinar
Iludido em meio a luz
Um cego no escuro
Uma chispa na fagulha
Mas eu permanecia alí,
A tortura de insistir alí
Dava inicio a uma querra interior:
parte de mim desejava concervar alí
mas a outra dose minha repudiava cada detalhe de tudo
Eu me suportava e intolerava a mim mesmo..
Mas eu tava ainda alí,
Forte e Persistente
Rindo seriamente daquele drama
e lamentado a arte da expiação e da tortura
A infelicidade jocosa,
de uma sátira dolorosa.
A distância diminuia e cada vez mais, a tal coisa se aproximava,
O meu ódio pela parte de mim que queria que eu ficasse
sorria do fracasso de minha parte curiosa,
Era o fim.
O que eu poderia fazer?
Ver? Contemplar?
Meus olhos já ardiam e minha face suava
Eu não conseguia sair, nem sumir dali.
E eu que havia ficado tanto tempo ali,
Resolvi vir embora...
e é por isso que vim aqui....alí.



(segunda-feira, 7 de dezembro de 2009, madrugada fria)

Ciúme

e o seu medo me prende
Porque tem tanto medo de mim?
Aliás..não é medo de mim
O que é isso então?
Que te desassucega e cega?
Não vê que sou apenas eu?

Porque não me dizer que eu posso ser eu mesmo
Como faço sempre com você?

sábado, 5 de março de 2011

O que eu faço?

O que eu faço?
O que eu faço agora?
Me fale, o que eu faço agora?
Com essa chuva que convida a um abraço
Um frio que brada por um calor
A noite espera por um beijo seu
Mas...acabou

Me diga, o que eu faço?
A minhas mãos procuram um lugar
Meus lábios não inqueitam
Minha cabeça não para
Onde você está?

Me diz...
Compartilho com você essa noite tão fria
Porque não percebe que estou no mesmo lugar?
No ápice da solidão revejo sua face sobre meu peito
Seu assobio fraco soprando meu pescoço
Seu beijo calando a cidade que não para
Vejo você dormindo enquanto a lua traça planos para te espiar...

Mas você, você não me diz nada...
O teu silêncio me ensurdece, fere.

Será que não percebe que sente falta de mim?
Ou é forte o bastante para me esquecer?
É um animal sem sentimento?
Ou uma arte bajulada por todos?

O que faço?
É, me responda!

(...)
A saudade me machuca,
me alucina,
me embriaga,
me mata.

Mas me diga,
me diga ao menos onde você não está.
Ao menos assim, teria lugares para poder te procurar, caçar...

Mas me diga, o que faço?
E burocráticamente recorro a diversos lugares
caixas, e-mails, ruas, lares
faces
Mas não te encontro.
Se eu ao menos pudesse saber que está onde eu não posso ir,
Eu não seria eu...e iria te buscar.
Apenas para te injuriar...
questionar...
perguntar:

-O que eu faço agora?

quinta-feira, 3 de março de 2011

Nu?

Fuçando o amigo e ás vezes inimigo Wikipédia, lí que nudez como conceito relaciona-se com a vergonha, embora tenha sua independência como sentimento. Pode também resultar numa sugestão sexual. A nudez depende essencialmente de localização espacial e temporal, podendo ir de extremos como a nudez apenas no caso da ausência de aparatos ou proteção de genitálias até o caso das religiões que consideram mulheres sem véu protetor como "nuas". Há também o chamado nu artístico, que consiste na reprodução (pictórica ou escultural) de uma pessoa sem vestimentas....etc e tal...


Mas resumindo essas últimas linhas sem noção, tenho comigo a idéia que o nu implica verdade, algo sem máscara ou enfeite, uma realidade, enfim por um instante vou procurar me despir, mostrar-me para mim mesmo, sem máscaras ou rodeios. Emfim, o nu vejo como um termo forte, ligado a sinceridade, e sobretudo sobre nós mesmos.