sexta-feira, 3 de junho de 2011

A dama da música by Evita

Eu estava ali, novamente diante de uma cortina escura, num vasto teatro. Alpha, grande, exuberante, é... eu poderia ter ido ali outras vezes, trago comigo a mágoa de não ter assistido A noviça Rebelde, nem Gipsy, eu perdi dois grandes sucessos da Brodway, talvez o destino me guarda a surpresa de participar da experiência Von Trap, e Mamma Rose, mas... Voltando ao Teatro Alpha, e tava ali... nervoso com a mesma sensação de qualquer outra peça, na angústia espera pelo terceiro sinal. Putz..caiu a luz, como uma queda rápida de energia as luzes do teatro piscaram, suavemente, como se tivesse brincando...eu não sabia, mas aquele era o primeiro sinal. Fiquei confuso com aquele apagão, porque havia um foco que não se apagava, era forte e quebrava a escuridão fria das cortinas fechadas, a luz estava focada numa mulher, o brilho do vestido longo transmitia glamour para todos os que podiam ver aquela arte, e quem não via era entusiasmado pela curiosidade de conhecer o que de tão precioso estava dentro do fosso, no vão entre o palco e o público. Ela era linda, as suavidades de suas expressões faciais se chocavam contra seus movimentos fortes e decididos de seu braço, ela tinha o poder, ali nas mãos, e era mais grave: ela sabia disso.  Brincava como uma criança com suas sombras, ela moldava a música, criava contos, fatos fantasias em melodias que pareciam serem criadas a partir dela e de seu poder. E na arte do balanço de suas mãos ela nos transportava para mundos distantes, lugares que eu nem sabia existir, mas ela os criava mesmo assim. A música fazia parte dela, e ela da música, as duas se misturavam, dividiam, em meio a compassos, tempos e contratempos. Ela se faz humana, descansa, mas retoma seu posto com o mesmo vigor e força que instantes antes, mas agora ela sabe, e nos pertuba: ela havia nos conquistado! O jogo estava ganho, ao haviam mais motivos para lutas, disputas ou silêncio, ela era a dama da música, e eu...eu...um pobre ouvinte que havia perdido  batalha, mas de certa forma havia ganhado...e muito. Eu pude por um instante ver ela manipular a única prova concreta que Deus existe. Ela estava ali, brilhante, de preto...linda..ela havia dominado a música. 

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